segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os livros também são património III: O pequeno livro do grande terramoto


TAVARES, Rui (2009). O pequeno livro do grande terramoto. Lisboa: Tinta-da-China.

Mais uma leitura que termino. Uma reflexão fora de série sobre um dos grandes acontecimentos da nossa história, e que como o autor faz notar, mudou a nossa história: o terramoto de 1755. 
Mais que contar a história do terramoto de 1755, o autor explica como determinados aspectos nos fazem perceber que nada ficará igual. O primeiro exemplo que refere, já no nosso séc. XXI, é o ataque às Torres Gémeas, a 11 de Setembro de 2001. Um dos aspectos que nos pode fazer perceber que mudamos uma página na história é o facto de nos lembrar-mos precisamente do que estávamos a fazer naquele momento. Eu tinha 13 anos, estava em casa com a minha irmã e estava-me a divertir a passar de uns canais para os outros, porque tinham todos a mesma imagem. Até que me apercebi da verdadeira dimensão do fenómeno, e aí sim, parei em algum deles, e ouvi, até que vi o segundo avião embater e tudo mais. 
Permitiu-me ainda descobrir alguns pormenores sobre este período que ignorava por completo. Manuel da Maia teve sete projectos para a reconstrução da cidade de Lisboa, e o Marquês de Pombal só o foi efectivamente algum tempo depois do terramoto, pelo que a reconstrução da baixa lisboeta deve-se a Sebastião José Carvalho e Melo, e não ao Marquês de Pombal. Um outro aspecto, foi a criação da Real Mesa Censória, com a extinção da Inquisição. 
O autor envereda ainda num exercício, chamado "história contrafactual", ou seja, imaginar como seriam o dia-a-dia de alguém se não tivesse existido o terramoto. Exercício brilhante, sem dúvida, e que reforça o impacto que este teve para a história. 

Imagem da Internet. 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Moinho do Papel

As duas grandes pedras redondas serviam para desfazer o algodão com o qual se fazia o papel.


Exterior do moinho de papel onde são visíveis as chamadas rodas horizontais. 

Tive hoje a oportunidade de (re)visitar o Moinho do Papel, em Leiria. Um espaço muito interessante, sem sombra de dúvidas. Para além de perceber melhor como funciona o moinho de rodízio, e o moinho de roda vertical (azenha). Foi-me permitido ver como se faz farinha, os três tipos de farinha que ali se fabricam (e vendem): trigo, centeio e milho.
Para além disso, e entrando pelo domínio do papel, é possível ver fazer papel. O papel até à segunda guerra mundial era feito em fibra de algodão, sendo esse mesmo que se consegue ver aí. De referir que esta foi a primeira fábrica de papel em Portugal, determinada por um alvará régio de D. João I, em 1411.
A valorização de um espaço que estava completamente votado ao abandono, e que hoje é um espaço digno de ser visitado. Para além de uma excelente recuperação que foi feita ao espaço, é ainda possível ver e fazer quer farinha quer papel. Isto insere-se dentro de um sector que cada vez cresce mais: o saber-fazer, o experimentar fazer algo.